Arqueologia

 

O Tanque de Siloé – Arqueologia

Arqueologia desvenda mistério do Antigo Testamento

 

Cientistas israelenses atribuem ‘certidão de nascimento’ ao túnel bíblico de Siloé

 

Inscrição encontrada no túnel de Siloé, em Jerusalém (foto: reprodução)

O ano é 1880 e o cenário a histórica Jerusalém. Dois jovens resolvem trocar a aula tediosa pelo banho refrescante em um tanque onde desemboca um antigo túnel. Durante o mergulho, eles encontram sinais semelhantes a fragmentos de texto inscritos na parede da estrutura. De volta à superfície, os meninos são surpreendidos pelo inspetor do colégio e, para escapar à punição, revelam a ‘novidade’. Os sortudos perdem o dia de aula, se salvam do castigo e, de quebra, ainda prestam um grande favor à humanidade: desenterram a história do túnel bíblico de Siloé, escondida em meio a detritos e escombros.

 

 

“Ora, o restante dos atos de Ezequias, e todo o seu poder, e como

fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água para a cidade,

porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?

II Reis, 20: 20

O que eles não sabiam é que, além da pedra, muita polêmica também seria desenterrada dali. O motivo da discórdia estava naquela inscrição. Melhor, não estava. O texto relatava etapas da construção do túnel mas não mencionava o nome do rei Ezequias, governador de Judá entre os séculos 8 e 7 a.C. Ele é citado na Bíblia — nos livros de Reis e Crônicas – como autor da obra. No entanto, com base nesse texto e na análise do tipo de construção, alguns arqueólogos passaram a afirmar que o túnel seria cerca de quinhentos anos mais novo do que relata o livro sagrado do cristianismo.

A história precisou de mais de um século até que três cientistas israelenses revelassem a verdadeira identidade do túnel de Siloé. Amos Frumkin, Aryeh Shimron e Jeff Rosembaum, arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém, desvendaram o mistério com o auxílio de dois métodos de datação arqueológica: a radiometria e a análise de carbono 14. O resultado do trabalho está na revista Nature de 11 de setembro.

Com mais de meio quilometro de extensão, o túnel de Siloé abastecia a parte sul da antiga Jerusalém. Ele levava água da Fonte da Virgem, situada nos arredores da cidade, até o tanque de Siloé, onde, oito séculos mais tarde, um cego teria sido curado por Jesus. Do cenário descrito no Antigo Testamento restaram o tanque e partes do túnel — além da controvérsia.

O mistério só foi resolvido quando os arqueólogos deixaram de lado a análise da inscrição para se concentrar na datação do túnel com as técnicas de carbono 14 e radiometria. Os resultados identificaram que a obra havia sido construída por volta de 700 a.C., assim como relata a Bíblia. “Não é um método ou outro de análise, mas o cruzamento dos dados obtidos por cada um o que torna a avaliação mais precisa. Quanto mais técnicas utilizadas, menor a chance de erro”, diz Rodrigo Silva, especialista em arqueologia bíblica pela Universidade Hebraica de Jerusalém e curador do museu Paulo Bork, o único do gênero na América Latina, situado na região de Campinas (SP).

Caso encerrado, seguem os trabalhos para desvendar o restante dos fatos históricos relatados na Bíblia que só encontram testemunho nas letras desse livro sagrado. Uma tarefa que exigirá dos cientistas paciência, cooperação e fé. Como ensina a religião.

 

Uma história de milhares de anos :

“Eis que reinará um rei com justiça, e dominará os príncipes segundo

o juízo. E será aquele homem como um esconderijo contra o vento, e

um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares

secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta.”

Isaías, 32: 1-2

Acredita-se que o jarro abaixo, com um selo que

representa um besouro de asas abertas, tenha

pertencido ao rei Ezequias (foto: Rui Schwantes)

 

 

Ezequias foi um dos mais importantes monarcas de Judá. Ele governou a região na transição entre os séculos 8 e 7 a.C e tinha 25 anos quando se tornou rei no lugar de Acaz, seu pai. Entre seus atos como imperador destacaram-se a reabertura do templo de Salomão, fechado desde o governo anterior, a restauração da festa de Páscoa como feriado oficial no calendário judeu, o enfrentamento dos exércitos assírios e a implementação de uma série de reformas em Jerusalém, que culminaram na construção do túnel de Siloé.

Até então, tudo o que se sabia do túnel vinha do estudo das inscrições contidas em sua parede. A construção só teve sua idade determinada graças à combinação de duas técnicas de datação.

A primeira é a análise do carbono, que consiste na queima de partes orgânicas encontradas junto a um objeto — pedaços de planta ou ossos, por exemplo. O método permite saber o percentual aproximado desse elemento num organismo comparado com a época em que ele era vivo.

Isso só é possível porque, quando morremos, nosso corpo pára de trocar carbono com o ambiente — o que, durante a vida, ocorre por meio da respiração. Com a morte, a quantidade de carbono diminui gradualmente em quantidade previsível. Assim, é possível estimar com boa dose de precisão a ’idade’ de um achado, desde que ele apresente resquícios orgânicos.

No caso em questão, a dificuldade dos arqueólogos, até aqui, era encontrar esses vestígios, já que o túnel estava revestido por uma camada grossa de reboco. O bloqueio só foi vencido com a perfuração da parede em diversos pontos, que permitiu encontrar fragmentos de planta em ótimo estado de conservação.

Esses fragmentos foram submetidos à datação de carbono e seus resultados confirmados com o auxílio da técnica de datação radiométrica, em que elementos radioativos como o tório e o urânio sensibilizam partes do material orgânico. As análises demonstraram que, pela quantidade de carbono remanescente, era possível afirmar que a planta e, portanto, o túnel eram mesmo de, aproximadamente 700 anos a.C.

Outros métodos de datação muito adotados são a estratigrafia — determinação da idade de um local pela quantidade de camadas uma sobre a outra, supondo-se que cada uma delas tenha sido formada em uma época diferente –, a seriação — avaliação de objetos encontrados juntos, mas pertencentes a épocas distintas — e, finalmente, a paleografia — análise comparativa do estilo de escrita encontrada em uma superfície.

O trabalho dos pesquisadores israelenses remete à arqueologia bíblica, ramo da ciência que se vale de objetos achados em escavações para verificar a existência de personagens e cenários descritos nas escrituras. Além do túnel de Siloé, ela já identificou outros fatos e objetos descritos na Bíblia, como o caixão de Tiago, o código de Hamurabi e a existência de Pôncio Pilatos, que teria ordenado a crucificação de Jesus. As evidências estão catalogadas em museus de países como EUA, Inglaterra, Turquia e o próprio Brasil.

Na conturbada relação entre ciência e religião, a arqueologia bíblica aparece como um interessante caminho para aproximar esses dois campos historicamente tão divergentes. Que o diga Galileu.

 

                      

 Este é o tanque de Siloé, no qual o cego devia lavar os seus olhos para recuperar a visão. Como nos tempos de Jesus, a água vem para o tanque por um túnel cavado em 700 A.C. pelo rei Ezequias para abastecer de água Jerusalém durante os cercos dos assírios (II Reis 20:20 – “Quanto aos mais atos de Ezequias, todo o seu poder, como fêz o açude e o aqueduto e trouxe água para dentro da cidade, porventura não está escrito no livro da história dos reis de Judá?” e II Crônicas 32:30 – “Também o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das águas de Giom, e as canalizou para o ocidente da cidade de Davi. Ezequias prosperou em toda a sua obra”.

 

 localizaçao do tanque de Siloé

 

 

 

A arca de Noé

Texto Básico: Gênesis 6-9

 

A Arca

135m de comprimento, 22,3 de largura e 13,5 de altura. 3 andares. Uma arca, não um navio, construída para flutuar e não para navegar.

Boeing 747 SP

56,31m de comprimento e capacidade para 440 passageiros.

Ônibus

11,9m de comprimento.

Elefante

3,5m de Altura.

Homem

1,80m de altura.

O Dilúvio

O dilúvio sobre a terra foi decorrência da progressão contínua da maldade do homem (Gn.6.5), e a decisão de Deus em destruir essa geração (v.7). O justo Noé salvou-se, juntamente com sua família (8 pessoas), atendendo a voz de Deus para construir uma arca (símbolo de Cristo). Deus estabeleceu, também um conserto com Noé (Gn.9.9-17).

1) O prazo de Deus,

Foram 120 anos (Gn. 6.3) de prazo para que o homem abandonasse o caminho ímpio e se voltasse a Deus.

2) A construção da Arca,

a) Material (Gn. 6.14)

  • Ø Tábuas de cipreste e Betume.

b) Dimensões (Gn. 6.15,16)

  • Ø Comprimento: 300 côvados (135m)
  • Ø Largura: 50 côvados (22,5)
  • Ø Altura: 30 côvados (13,5)
  • Ø Área de um pavimento: (180m x 30m – 3.037m²)
  • Ø No hebraico: o côvado era uma medida linear de cerca de 45 cm.

3) A Duração do Dilúvio,

 

40 dias                               - chuvas caíram (Gn.7.12)                                           

                                           - águas subindo (Gn.7.24)         

110 dias

                                           -águas diminuindo (Gn. 8.5

74 dias

                                           -corvo solto (Gn.8.6-7)       

40 dias

                                           - pomba solta (Gn.8.8)                       

7 dias

                                           - pomba solta (Gn 8.10)               

7dias

                                           - pomba solta (Gn.8.12)

7 dias

                                           - Cobertura da arca removida (Gn.8.13 com 7.11)

29 dias

                                           - Terra seca (Gn.8.14)

57 dias

 

  • 371 dias no Total (Fonte: Geografia dos Tempos Bíblicos, E. Tognini)

4) Total de dias passados na Arca,

  • Ø 1 ano e 6 dias

5) Os ocupantes da Arca (Gn.6.18; 7.7; 7.13)

Noé, Sem, Cam, Jafé, e esposas – Totalizando 8 pessoas